domingo, 30 de junho de 2013

*****A ARTE CONTEMPORÂNEA***** *****CONTEMPORARY ART*****



O roteiro de viagem que apelidei de BAR & ARTES foi planejado durante bastante tempo por  minha irmã Tânia e eu; queríamos conhecer a Europa, suas maravilhas, mas nosso foco principal eram : as Artes , Comidas e Bebidas.

Foram 26 dias percorrendo 7 países, visitamos 14 museus e a feira de Arte de Basel, na Suíça, ( que foi na realidade de onde partiu toda ideia deste roteiro de arte) após uma conversa com um artista e amigo do Second Life, Moeuhane Sandalwood, que me falou sobre o evento. 

Nossos olhos e nossas emoções foram torpedeados por todas formas e estilos de arte, desde clássicos até contemporâneos, lavamos a alma com todos os tipos de formas e cores sem falar das diversas mídias utilizadas.

Não há como negar a grandeza das obras clássicas que vimos mas tendo em vista o berço do meu interesse pelas artes ( o Second Life) foi visitando os espaços destinados à Arte Contemporânea que me senti verdadeiramente à vontade, era como se falássemos  a mesma língua ficando assim a comunicação muito mais efetiva entre nós.

Milhares de pessoas visitavam os museus e era impossível não deixar de ouvir um ou outro comentário mas um deles me chamou muita atenção quando numa instalação do Tate Modern, em Londres uma senhora perguntava ao pequeno que a acompanhava (acredito mesmo que eram mãe e filho): "Você acha mesmo que isso é arte?".

Naquele momento constatei que a Arte Contemporânea é realmente a mais democrática de todas, é o movimento que mais se aproxima das pessoas, permitindo inclusive tais questionamentos, é expressão genuína e ousada dos artistas. Fiquei  me perguntando se tal senhora teria coragem de fazer tal pergunta diante de um trabalho de um Leonardo da Vinci ou mesmo Rembrandt. No mínimo olhariam para a tal senhora com pena de tal "ignorância". E naquele momento meus pensamentos ousaram perguntar : Afinal, por que aquela imagem pequenina e singela de uma senhora com  cores que nem impactam tanto faz tremendo sucesso no mundo inteiro, reunindo multidões a sua frente para um breve olhar e é claro tirar uma foto? Afinal o que leva Mona Lisa de Da Vinci ser um sucesso absoluto de audiência?

Confesso minha ignorância sobre as artes, lembrando que só agora a educação artística começa a fazer parte do currículo escolar brasileiro,assim sendo, foi há bem pouco tempo que cresceu meu interesse pelas artes levando inclusive para melhor direcionar meu  ""olhar"a criar meu próprio conceito (com ajuda do colega e artista - Renato Arcanjo)  sobre ARTE : "Manifestação mais primitiva da forma com que o homem fala consigo mesmo através de formas e utilizando uma técnica".

Estou feliz pois acredito que a arte de hoje está muito mais próxima e acessível, nos possibilita não gostar do que não entendemos ao invés de nos fazer sentir inferiores, estimulando e excitando o artista que existe dentro de todos nós.

                                                                                *****



The trip itinerary that I dubbed BAR & ARTS was planned for a long time with my sister Tania and I. We wanted to see Europe and its wonders, but our main focuses were: the Arts, Food and Beverage.

There were 26 days covering 7 countries.  We visited 14 museums and the Basel Art Fair in  Switzerland, which was actually where it all started after a conversation with Second Life friend and artist, Moeuhane Sandalwood, who told me about the event.

Our eyes and emotions were torpedoed by all forms and styles of art, from classic to contemporary.  Our souls were drenched with all kinds of shapes and colors, not to mention the various media used.

There is no denying the greatness of the classics we saw, but considering the birthplace of my interest in the arts (Second Life) it was visiting the spaces for contemporary art in which I felt really comfortable.  It was as if we spoke the same language.  I could communicate with this art extremely effectively as it spoke to me.

Thousands of people visited the museums and it was impossible to stop listening to the many comments, but one of them in particular got my attention when visiting an installation of Tate Modern in London.  A lady asked a little boy who was with her (I do believe they were mother and son) "Do you really think this is art?"

At that moment I realized that contemporary art is actually the most democratic of all.  It is the movement that comes closest to the people, including allowing such questions.  It is a genuine expression and is quite daring of the artists. I was wondering if the same woman would dare to ask such a question before a work by Leonardo da Vinci or Rembrandt. At the very least people would look at her and pity her "ignorance." At that moment my thoughts dared to ask: Why does that simple little image of a lady with colors that do not have much impact have such great success worldwide.  Why do crowds gather in front of it for a brief look and of course take pictures? What is it that makes the Mona Lisa by Da Vinci such a complete success with the audience?

I confess my ignorance about the arts, remembuering that only now art education is becoming part of the Brazilian school curriculum.  So it was not long ago that my interest increased in the arts, leading to even an even stronger focus when I looked.  I had to create my own concept (with the help of colleague and artist - Renato Archangel) on ART: "The most primitive manifestation by which mankind talks to itself through forms and the use a technique."

I'm happy because I believe that art today is much closer and accessible.  The prevalence of Art enables us to feel that our opinions are valid and are not being judged by experts.  We are no longer made to feel inferior because "we do not understand."  Rather than make us feel inferior, the prevalence of Art now stimulates and excit the artist that exists within us all.


Centro Georges Pompidou - Paris /França
Center Pompidou - Paris/ France
  
















Tate Modern - Londres/Inglaterra
Tate Modern - London/ England

















Feira de Art de Basel
Basel Art Faire



















9 comentários:

  1. Muito legal, Simone. Estou fazendo um curso de composição de imagem, que na realidade é história da arte, e isso tem me feito refletir muito, sobre o que é a tal da arte.
    A arte contemporânea é muito abrangente, o que dificulta, por minha parte, a sua compreensão.
    O que sei, é que depois que comecei a fazer este curso, já faz 1 ano, fiquei muito mais crítico com as minhas fotos, tendo, até, dificuldade de achar a imagem ideal. Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Este comentário foi removido pelo autor.

      Excluir
    2. Veja lá se o excesso de crítica vai paralisar o fotógrafo que existe em você. Normalmente os artistas não consideram muito seus próprios trabalhos, mas acredite, suas fotos são lindas e você está fazendo um trabalho digno de respeito e admiração de todos.

      Excluir
  2. Aqui é o Fatbear Flamand. Preciso decobrir como entrar aqui com meu nome SL!


    Minha concepção de arte é um pouco mais aberta que essa sua e do Arcanjo. Digo que arte é uma forma de fazer coisas, qualquer coisa, tudo. É fácil ver que absolutamente tudo tem um aspecto estético. Parece que essa avaliação estética das coisas está gravada em nossos cérebros tanto quanto a habilidade para a linguagem.
    Assim, as chamadas obras de arte são os objetos e ideias que não tem outra função que não essa estética. Mas essa classificação é falha, porque podemos dizer que esses objetos tem uma função decorativa.
    Então, toda obra de arte tem alguma outra função (basta pensar na arquitetura, altamente considerada enquanto arte, mas cuja função primária não é a estética)
    Então, pra mim os objetos de arte, a Arte com A maiúsculo, é uma invencionice das pessoas que querem ganhar dinheiro com isso. O mercado artístico é 'falso' nesse sentido de que trabalha com premissas falsas pra valorizar seus produtos.
    Do ponto de vista do artista existe apenas o que ele deseja, o que precisa fazer. É sempre uma questão de artesão e nunca de Arte. A Arte não existe de fato, o que existe é a arte, artesanato. O fazer que vem de dentro de cada um -- e nisso incluo a humanidade inteira. Tem arte em tudo, da forma como andamos, cozinhamos, falamos, rimos, olhamos o mundo ao redor, até as realizações mais elaboradas e 'superiores' como a Mona Lisa. Uma vez, numa exposição do Matisse, uma senhora parou diante de um quadro que mostrava uma mulher azul. Ela expressou o desagrado, dizendo que não existiam mulheres azuis. Matisse virou pra ela e disse 'minha senhora, isso não é uma mulher, é um quadro'.
    Quanto a questão da senhora que não sabe que arte é arte, é algo extremamente comum. As pessoas não têm qualquer intimidade com a arte moderna. O gosto popular (dos não-iniciados) é o da arte do final do século 19. É normal, é sempre assim, os artistas estão sempre muito adiante do gosto vigente. ao longo do tempo parece haver um distanciamento cada vez maior entre o gosto popular e o dos artistas. Quanto mais valorizamos a vanguarda, mais aumentamos essa distância. Li esses dias, não lembro que artista que disse que existem só dois tipos de arte, a revolucionária e o plágio. Claro que é um tremendo exagero, mas é a visão corrente.

    >continua>

    ResponderExcluir
  3. >continuando>

    A arte considerada boa tem de romper com o passado. Apesar dessa ideia já ser centenária, portanto pra seguir a premissa já devíamos estar rompendendo com essa ideia... Fui aluno do Nelson Lerner e ele é um franco defensor desse conceito. Eu vivia discutindo com ele, primeiro colocando que a arte tem de vir de dentro, então se o que sai é uma pintura renascentista, ótimo, vamos em frente, tá valendo. Ele já acha que não, que é preciso enquadrar a produção no contexto do tempo em que vivemos. Mas também valorizava o que vem de dentro. É uma dicotomia muito curiosa e típica de artistas, ver as coisas sobre vários prismas ao mesmo tempo.
    Bom, então, concordo com você que a arte agora é mais democrática do que nunca. Falta apenas as pessoas saberem disso (((: A tendência é elas não entenderem direito e isso as assustar, elas ficam com medo e se afastam dizendo que não é arte. É uma pena que não exista um trabalho mais intenso de ensino de arte nas escolas, porque não só seria muito mais legal com mais gente entendendo e participando, como também haveria um grande aumento de qualidade na produção humana. Porque esse é o aspecto final da estética, na medida que fazemos coisas com uma visão estética, qualquer coisa, vamos necessariamente querer aprimorar, fazer melhor (tou fugindo da palavra 'bonito' aqui), e isso vai elevar a qualidade. Com o tempo passamos a ver que nos objetos com função, quanto mais adequado o objeto for pra sua função, mais 'belo' (droga, não tem termo melhor aqui) ele fica. O Enzo Ferrari dizia que bonito é o carro que vence corridas. E é verdade, na Fórmula 1 a gente vê isso sempre, aparece um carro com um desenho, com peças estranhas e todo mundo acha horrível. Aí esse carro começa a vencer, os outros copiam e logo aquele é o padrão, é o 'belo', o 'certo'. O padrão mudou, o conceito estético se ampliou pra aceitar essa novidade.
    Enfim, dá pra dizer que nosso objetivo 'emocional' é o estético, quer seja o belo, o interessante, o chocante. E o objetivo 'prático' é a qualidade. Ambos andam juntos. (Sobre isso, leia o livro Bluebeard do Kurt Vonnegut, é um romance muito interessante sobre um pintor.)
    Das minhas discussões com o Lerner acabei formulando um conceito: não existe isso de arte melhor. A coisa de vanguarda tá na moda agora, mas logo isso passa e vamos ter um período de arte mais conservadora, um novo barroco. Se pela própria regra da vanguarda chegamos ao ponto de ter de romper com a vanguarda, pra onde vamos? Vamos pro próximo estágio, o da liberdade total.

    >continua>

    ResponderExcluir
  4. >continua>

    Quer dizer, eu posso fazer uma pintura segundo os cânones egípcios (que todos acham que pintavam como crianças, mas não é nada disso, aquilo era uma arte altamente especializada, com regras muito claras. Basta ver a arte do período de El Amarna, do faraó Aquenaton (pai do Tutancamon), que rompeu com as regras anteriores na religião e, como a religião era básica na cultura, houve o rompimento com tudo o mais. A arte desse período é naturalista (a famosa cabeça da Nefertiti, esposa do Aquenaton, é dessa época), muito mais parecida com nosso gosto atual), ou góticos (uma arte literal, contando histórias, figuras mais importantes são maiores) ou abstratos. Posso misturar pintura com escultura. Posso esculpir em areia ou gelo. Posso colocar areia ou gelo numa tela. Posso fazer arte efêmera (bom, toda arte é efêmera, mas essa é feita pra acabar logo) e até arte conceitual, sem existência física. Posso fazer arte egípcia com cores fosforescentes. Posso fazer literalmente qualquer coisa. E tudo vale. É mesmo muito democrático. Vivemos numa época muito especial onde existe aceitação desse conceito, mesmo que seja por uma parcela muito pequena da população.
    Vale a pena ler sobre o Duchamp (o Marcel, não os irmãos Villon e Duchamp-Villon). Ele é o 'pai' da arte moderna. Foi o cara que pintou o bigode na Monalisa, rompendo com a reverência pelo sagrado da arte antiga. E inventou o ready-made, objetos que são arte quando mudamos o local, um objeto banal que colocado no museu vira Arte. Tem um livrinho muito legal chamado O Castelo da Pureza, do Octávio Paz, sobre o Duchamp. Vale a pena ler. Outro que vale ler é o Arte Moderna, do Giulio Carlo Argan. Esse cara é muito bom. Tem um outro dele, História da ARte como História das Cidades. E tem um outro teórico que gosto muito que é o Umberto Eco, com seus Obra Aberta (sobre a necessidade do observador pra completar a obra) e Apocalípticos e Integrados.
    Uma vez perguntaram pro Keith Richards "whats art?" ele disse "its short for Arthur".
    É uma forma engraçada de dizer o que eu disse em inúmeros parágrafos com apenas duas linhas (:

    ResponderExcluir
  5. Bárbaro Fat...amei seu comentário. Trata-se de um assunto que muito precisa ser discutido ainda....principalmente pela comunidade brasileira. bjs

    ResponderExcluir